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Performances Cênicas

 

A programação do I Seminário de Memórias Cênicas na Amazônia abre espaço para apresentações artísticas de artistas e pesquisadores do Grupo de Pesquisa Perau e convidados.

O ponto de partida das performances é a Memória, força matriz e motriz de pesquisas em artes, que atravessa os trabalhos de seus expositores. A Memória é o lugar de reflexão e produção acadêmica e artística, geradora de intensos mergulhos em processos de vivências, que valorizam os sujeitos e a sociedade, individual e/ou coletivamente.

Por isso, Performances Cênicas abre espaço para apresentações de processos, experimentações, vivências em linguagem cênica (teatro, performance, dança, audiovisual, etc.) em diálogo com a Memória.

O grupo de pesquisa PERAU – Memória, História e Artes Cênicas na Amazônia possui uma linha de pesquisa, Memória e performatividades, dedicada a processos de investigação, experimentação e produção de conhecimentos artísticos e acadêmicos. Dessa maneira, o PERAU procura abrir diálogos, conversas, encontros e partilhas entre as artes cênicas e a memória.

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23/08

Deixe de prosa - Marcelo Farias

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Memórias Barradas de Mulheres Amazônidas - Sol de Sousa e Amanda Modesto

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Da lamparina aos refletores - Edilene Rosa

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24/08

Corpografias cinememoriais: cenas, histórias de amizades e outras artes - Mateus Moura e Rosilene Cordeiro

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"Do olho da ameixeira" - Cleandro Silva e Grupo Mensageiros.

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As apresentações iniciam às 18h30

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Da lamparina aos refletores

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A performance revive, no corpo  da dançarina/performer/pesquisadora, a memória afetiva-familiar de sua  infância e juventude em Tracuateua, município localizado na região nordeste do Pará, em diálogo com a técnica em ambientes de Dança de Salão em Belém, no grupo de dança Sidney Teixeira, o qual fez parte por 15 anos. Apresenta suas reverberações na construção corporal e processo artístico performático em Dança de Salão. 

 

Edilene Rosa

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Mestranda do Programa de Pós-graduação em Artes da Universidade Federal do Pará, com pesquisa sobre a Performance em Dança de Salão. Tem Especialização em Estudos Contemporâneos do Corpo/ETDUFPA (2014). Licenciada em Pedagogia pela Universidade do Estado do Pará (2008). Trabalha com os seguintes temas: arte, dança, corpo, cultura popular e educação.

Deixe de prosa

 

A performance DEIXE DE PROSA é uma adaptação do espetáculo Cidade dos Pássaros, uma criação artística de Marcelo Sousa, desenvolvida através do projeto PIBIPA/ICA/UFPA, pelo grupo de pesquisa PERAU da Universidade Federal do Pará. Em Cidade dos Pássaros podemos ter o contato com as memórias de Arlinda Farias de Sousa, avó do artista. No espetáculo, as memórias se fazem presente através de manifestações da arte paraense que residem no teatro popular do estado, além de alguns contos referentes ao universo mítico amazônico, que também fazem parte das muitas histórias contadas por Dona Arlinda a seu neto e familiares. Nesta adaptação chamada DEIXE PROSA, temos a presença mais forte da poética; o artista optou por dar mais atenção aos sentidos, uma oportunidade para o espectador poder sentir os sons, enxergar mais de perto os detalhes do ambiente da criação artística, ou seja, é como se o público pudesse navegar em um oceano de memórias e imaginário, induzidos pelas narrativas de Dona Arlinda, que também foi artista do Teatro Popular.

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Marcelo Farias de Sousa

 

Estudante do curso de Licenciatura em Teatro pela Universidade Federal do Pará, artista na cidade de Belém, voluntário na ONG CSCA e também faz parte do grupo de pesquisa PERAU.

“Do olho da ameixeira”

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O espetáculo narra poeticamente a origem e acontecimentos marcantes da comunidade Cristo Redentor, situado no município de Ananindeua, região metropolitana de Belém. Por meio das lembranças de fatos, bem como recordação de pessoas que atravessaram essas histórias vivas até hoje, pela recordação dos moradores mais antigos, da comunidade. A partir disso, tomamos como narrativa fundante a existência da ameixeira que durante anos foi um ponto de referência desse lugar e que deu origem ao nome do espetáculo.

É um resultado ligado ao projeto de pesquisa artística PIBIPA/ICA/UFPA "O teatro manda mensagens: um processo poético na comunidade Cristo Redentor – Coqueiro", ligado ao Grupo de Pesquisa PERAU – Memória, História e Artes Cênicas na Amazônia/UFPA/CNPq.

A pesquisa de investigação que propomos partiu da experiência de vida dos moradores da comunidade Cristo Redentor. As várias histórias que os moradores mais antigos narraram nos ajudam a compreender os processos socioculturais presentes na formação desse lugar: da moradia às trocas culturais.

Essa aproximação entre as memórias desse lugar com o teatro proporciona momentos de aprendizado, porque essa arte tem esse potencial, ela acredita e abre possibilidades para práticas e processos de sociabilidade.

O envolvimento com os estudos da memória, como teoria e método, nos possibilitou em ser esse caminho entre essa comunidade (seus saberes, suas histórias) e a academia. Essa relação, muitas vezes distanciadas, nos faz acreditar na potencialidade que a arte teatral tem, de ser um espaço de trocas estéticas, mas, também, um lugar de afirmações de identidades.

 

Ficha Técnica

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Atuação: Cleandro Silva, Débora Lima, Jamilly Lira, Rafaela Esteves, Thiago Silva.

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Músicos: Marcos Ramos (violão); Ricardo de Sá (chocalho); Thales Costa (violão).

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Direção e dramaturgia: Cleandro Silva.

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Orientação Artística: Denis Bezerra e Karine Jansen.

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Cleandro Silva

 

Graduando do curso de Licenciatura em Teatro da UFPA, e integra do grupo de pesquisa PERAU. Como artista trabalha há mais de vinte anos com seu grupo, Os Mensageiros; e em trabalhos solos.

Os Mensageiros tem sua origem na Pastoral da Juventude (PJ), da comunidade católica de Cristo Redentor, bairro do Coqueiro, e em outubro de 1998 apresentou seu primeiro espetáculo autoral, uma adaptação da obra Romeu e Julieta de William Shakespeare.

Ao longo desses vinte anos, o grupo apresentou mais de dez espetáculos, ofereceu oficinas e realizou eventos como comemorações de aniversário do grupo e trocas de experiência. Mas foi no espaço da ONG CSCA (Centro de Solidariedade da Criança e do Adolescente), localizada na própria comunidade, que o grupo ganhou mais força e notoriedade, tornando-se referência no bairro.

Memórias Barradas de Mulheres Amazônidas

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A performance traz para a  cena mulheres que superam os conflitos das memórias  que foram  barradas pelos circunscritos da sociedade. O texto de Cláudio Barradas, Sentimento em Si ( 2015),  suscita a performance e ressalta o corpo envolto em memórias barradas num passado que as amordaçam e as amaram num sentido de não permitir a permitir a liberdade. Mas... Tudo... Isso... É  pesadelo... Sonho... Morte...Vida...

A performance faz parte do projeto de extensão Incorpore: Performance Teatral do Curso de Educação Física da Universidade do Estado do Pará/UEPA. Ele procura estabelecer o diálogo entre o teatro e comunidades periféricas, em escolas públicas de Icoaraci, distrito de Belém; e proporcionar o debate sobre ações de Políticas Públicas de Lazer. A Performance se faz quando traduz a realidade vivida em cena, oportunizando aos sujeitos da comunidade escolar espaço de criação artística do cotidiano, em uma perspectiva  de construção e vivência culturais coletivas pela linguagem cênica.

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“(...) Julgava que andavas perdida, tentavas porcurar-te nessas experiemntações, que procuravas um amor e este teimava em não te encotrar. E eu aqui, bem aqui para ti. O tempo passou e eu, tolo, fechava os olhos às oportunidades que surgiam, às portas que se iam avbrindo para mim. Nem queria saber delas, nem garanto se eram portas ou janelas, se eram de papelão ou blindadas. Estava focado em ti. Mas, o decurso do tempo foi essencial na desfocagem que se queria obrigatória para eu poder prosseguir em paz, para eu começar a abrir os olhos e a prestar atenção a mim, sim... a mim.

(...)”

(Cláudio Barradas – Sentimento de Si – 2015).

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Amanda Modesto

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Performer, artista de rua, atriz. Mestranda do Programa de Pós-graduação em Artes da Universidade Federal do Pará. Como professora, trabalha como voluntária do Laboratório de Dança da Universidade do Estado do Pará, e na Escola Bento XV, no do projeto Jazz Performer no ano de 2017. Bailarina e coreógrafa de dança moderna, de jazz dance, de Hip Hop. Membro do Grupo de Pesquisa Ressignificar CEDF/UEPA/Cnpq, atuando no Projeto de Extensão In Corpo do CEDF/UEPA, pesquisa os seguintes temas: corpo, cultura, performança, educação em artes. Militante do Movimento Negro, Feminista e Ativista do Direito Animal.

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Sol de Sousa

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Atriz, performer, professora. Autora do livro Entre cenas, enredos e roteiros: a formação humana pela via da criação artística na experiência do Grupo de Teatro da Unipop (2014). No campo da Performance cênica, pelo projeto Incorpore, realizou os seguintes trabalhos: Mães da Amazônia a Agrária (2018); Casa Viva (2017); Ecos da Amazônia (2017); Escuros do Porão (2017). Além de performances em outras ações, como: Lixo Humano: Carne mais barata do mercado (2017); Nossa Senhora do Coração Estraçalhado das Mulheres da Periferia (2017). Como atriz, participou dos seguintes espetáculos: A Boca fala daquilo que o Coração está cheio (2017); Promesseiros dos Círios (2003); Erendira e sua Vó Desalmada (2001); Batuque (2002); Espetáculo Medo, Dúvida e Culpa (2016); Vai ter Bolo (2016). Dirigiu os espetáculos: Seres Encantados pela Cultura da Terra (2014); Encontro de Contos. Direção do Espetáculo (2000); Mundo de Gente Imundo (2000).

Corpografias cinememoriais: cenas, histórias de amizades e outras artes.

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Por Mateus Moura e Rosilene Cordeiro.

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“[...] E o que nos interessa com cinema, afinal, já que "cinema é indústria", não?! Não é assim que nos ensinaram desde sempre? Nós, que nos arvoramos a fazer cinema, como fazê-lo e na Amazônia, como é/será/seria? Esta cena-cinema memorial sendo apenas do gozo, desse povo sem negócios? Vivemos assim, nesse momento dentro de nós, do mundo e com ele, momento de profunda revisão. Re-visão do que herdamos, re-visão do que fizemos e do que fizeram de nós e do que nos (en) tornamos, do que queremos agora, pra adiante com essa arte combatente, destoante, guerrilheira, não-solitária, mas só_lidária. Mas como des-obedecer o sistema e nisso nos permitir a fé (cotidiana e cultural) que nos envolve e anima neste ser/fazer/viver/ mostrar-se fazendo?! De tudo que nasceu e que cultivamos, em meio aos frutos espetaculares que colhemos, das sementes-raízes que vamos semear e re-colhemos o fel. Como? Onde? Por que? Com que propósito? "Quem somos" é uma pergunta que a obra em andamento nos faz e em enigma, responde de várias formas e nisso consiste nosso exercício hermenêutico, pessoal e coletivo necessário nessa tarefa “de saber-se, sabendo-se aprendiz” (FREIRE, 2005)”. (CORDEIRO e MOURA, 2018. ao II EAVAAM 2018).  Esse, portanto, é um trabalho de coletividades comungantes, arrebanhamentos afetuosos que nos laçam como serpente que ao invés de desejar falar da "obra de arte" depõem sobre a "arte da obra", o trabalho íngreme de criação e a transmissão montanhosa em fazê-lo circularidade. Carçaça de fé (Rosilene Cordeiro e Mateus Moura. Barcarena. 6’37. 2017), Levamos  presentes (Resultado da oficina Cinegrafia como Rito, ministrada por  Mateus Moura e Rosilene Cordeiro. Icoaraci. 9’31. 2017)  e  #feitiço IN PROGRESS  (Bragança, Capanema, Irituia, Ponta de Pedras. 2018) portanto são metáforas cinememoriais de amizades cênicas, ancestralidades artísticas, estéticas contemporâneas do fazer per-form@tivo em cadeias, redes, filtros, conexões cine-ésteticas cujos registros residuais fílmicos, como obra, restauram estados de presença, comportamentos, experiências corpográficas memoriais (CORDEIRO, 2016) dos atuantes-parceirxs nutrindo re-existências, resistindo e seguindo em corpos, lembranças, esquecimentos, tempos, espaços performativos.

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Mateus Moura (músico, performer e cineasta) e Rosilene Cordeiro (atriz, atuante-performer e produtora sem recursos) da cidade de Belém-PA, artevistas atuantes de diferentes linguagens artísticas dividiram juntos o nascedouro do espetáculo Dons de Quixote, GTU/UFPA em 2011. E lá não se conheceram, conhecer é outra coisa. No início de 2012, Mateus Moura filmou o espetáculo teatral Em algum lugar de mim, da Cia. AVUADOS de Teatro, do qual Rosilene participava como atriz, e lá, talvez, tenha brotado as luzes do que seria esse encontro fra-terno e durad’Ouro. De lá, d'ELE surgiu o convite para que ELA protagonizasse, junto ao seu elenco de amigos-camaradas, a personagem Silene, no filme A ILHA (Cotijuba-PA. 2013) no qual ele assina roteiro, direção e montagem. Lá, ELA não apenas descobre a experiência fílmica, como fascina-se pelo que passa a chamar “engrenagem cinematográfica”. A convite d'ELA, ELE passa a ensiná-la sobre esse seu uni-verso e por ela ELE passa a iniciá-la no fazer/experimentar fílmico experimental amazônico sobre o qual já se debruçava, desde muito cedo, entre estudo e pesquisa. Dessa parceria perform@tiva entre ELE e ELA, começam a surgir os trabalhos divididos pelos dois e multiplicados por muitos (amigos, parceiros, camaradas, colaboradores, participantes, divulgadores, simpatizantes), entre tais trabalhos estão: Instaç@ções ou Tratamentos do Corpo Sincrético (Belém-PA, 2013-2015); Carcaça de fé (Barcarena. 2017); Levamos presentes (Icoaraci, 2017). Em meio às inúmeras ações, interfaceando performance, literatura, teatro, música, cinema, capitaneados pela memória e guiados pela oralidade, os dois trabalham, atualmente, laçados, ainda, por cordões de ‘amigos e amigas’, no filme #feitiço, em andamento, em quatro municípios do estado do Pará, neste ano de 2018. Em comum? O amor que os une, projeta e encaminha às vias vastas do mundo onde a vida é a tela e a projeção de sonhos, desejos e reexistências com-partilhadas, espalhadas, untando este ser/viver/fazer a dois, a três, a vários, por muitos. A arte é o alimento dessa boa e mestra companhia em viagens.

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