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A formação atorial no Brasil: de João Caetano a Paschoal Carlos Magno.

A formação do ator é tema fundamental nos estudos teatrais, e obteve grande destaque a partir dos grandes movimentos do teatro ocidental no século XX. O campo epistemológico teatral há muito vem se dedicando a discutir sobre esse tema, que esteve, inclusive, presente nos interesses de diversos grupos amadores teatrais brasileiros do século XX. Congressos, festivais, encontros locais e nacionais que ocorreram nesse período sempre abriram espaço para a militância sobre a necessidade da construção de escolas de artes dramáticas pelo país. Os amadores nacionais acreditavam que a modernização dos palcos nacionais, além de valorizar a presença de autores estrangeiros e nacionais de tradição e/ou de vanguarda, devia ocorrer pela formação técnica de atrizes e atores.

Refletir sobre a formação do ator brasileiro é fundamental já que I Seminário de Memórias Cênicas na Amazônia pretende abrir espaço para a importância do movimento de teatro amador brasileiro, capitaneado por Paschoal Carlos Magno, juntamente com os diversos grupos amadores de todo país, a partir do I Festival de Teatro de Estudante do Brasil, que apresentou a primeira encenação de Morte e Vida Severina, obra levada aos palcos em 1958, em Recife, pelo grupo paraense Norte Teatro Escola do Pará.

Esse tema tão importante será abordado pela pesquisadora doutora Andrea Carvalho Stark no evento. Com o título “Sem alicerces não se levantam edifícios”: caminhos e descaminhos da formação atorial a partir de João Caetano e Paschoal Carlos Magno, a palestrante fará reflexões sobre a formação do ator/da atriz no Brasil a partir de dois importantes nomes do teatro nacional: João Caetano (século XIX) e Paschoal Carlos Magno (século XX).

A pesquisadora nos relata sobre o tema de sua fala: “A frase Sem alicerces não se levantam edifícios, presente no título de minha palestra, é de autoria do ator e empresário João Caetano (1808-1863), e foi publicada em sua obra Lições Dramáticas (1862). A partir do que essa frase sugere, pretendemos pensar sobre a formação atorial no âmbito da história do teatro brasileiro, considerando a trajetória de João Caetano e Paschoal Carlos Magno. Um século separa esses dois expoentes da produção e da criação teatral no Brasil, entretanto, ambos se encontraram no mesmo intento, pois buscaram criar projetos para profissionalização de atores, e se tornaram mestres que atraíram jovens em busca de formação e oportunidades profissionais”.

Andréa Carvalho Stark pontua que: “interessa observar nas duas trajetórias as motivações, as tentativas, as realizações e os fracassos em projetos de formação atorial para treinamento de amadores. São duas extremidades no tempo, João Caetano no século XIX e Paschoal no XX, que provocam a pergunta-chave desse trabalho: quais os limites da educação formal e/ou informal, entre a prática e a teoria, que estariam envolvidos na profissionalização de atores/atrizes em cada época? Acreditamos que a história do teatro pode iluminar ou mesmo responder essa questão, assim como outras que surgem quando observamos a ausência de políticas públicas de fomento para a formação profissional de atores/atrizes nos dias de hoje”.

A pesquisadora participará da segunda mesa redonda, no dia 24 de agosto, a partir das 17 horas.

Acervo do pesquisador Denis Bezerra, foto disponível no CEDOC/FUNARTE
Elenco do Norte Teatro Escola do Pará, após término da apresentação de Morte e Vida Severina, Teatro do Derby, I Festival de Teatro do Estudante do Brasil, Recife/PE, 23 de julho de 1958.

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