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Paraguassú Éleres - um guardião da memória teatral do Pará



Em 2008, em comemoração aos 50 anos de criação do grupo Norte Teatro Escola do Pará (NTEP), completados em 2007, Paraguassú Éleres publicou um importante livro de memórias do teatro paraense: TEATRO DE VANGUARDA: O NORTE TEATRO ESCOLA DO PARÁ E OS FESTIVAIS DE TEATRO DE ESTUDANTES: Recife, Santos, Brasília, Porto Alegre (1958-1962). A partir de sua experiência diegética, ele conta sobre a formação do grupo; a trajetória de alguns membros; sobre os quatro festivais de teatro amador e de estudante, organizados por Paschoal Carlos Magno, que o NTEP participou. Ele afirma no texto de apresentação do livro: “estas notas, iniciadas em 2004 e escritas na primeira pessoa na forma de simples narrativa, constituem breves lembranças daqueles anos dourados. Não pretendo sejam a História documentada do Norte Teatro Escola do Pará que em 2007 completou meio século, nem almejo seja lida como obra crítica sobre teatro. São atos-fatos frugais vividos e por mim relacionados com o Norte Teatro Escola do Pará, escritos na forma de relembrança daqueles dias” (ÉLERES, 2008, p.12). Mesmo que o autor diga que seu livro não tenha tais pretensões, contudo, seu texto é um marco, por ser o primeiro registro em livro, produzido no Pará, sobre o NTEP. Em profundo mergulho nas reminiscências o autor proporciona uma obra importantíssima sobre o teatro paraense, a partir desse grupo de teatro amador do final da década de 1950 e início de 60 (1957-1962). Paraguassú Éleres conta que: “um grupo de jovens intelectuais, capitaneados por Maria Sylvia Nunes, seu marido, o filósofo Benedito Nunes, e a irmã Angelia Silva, engenheira e professora universitária, iniciam programas de leitura de textos poéticos. No palco, de pé, em frente à estante de madeira, debaixo de uma lampadona, alternavam-se nas leituras Carlos Miranda [...]; Joaquim Francisco Machado Coelho [...]; Aita Altmann [...]; Manuel Wilson Penna (Penão) [...] e seu irmão Fernando Penna (Peninha) [...]” e tantos outros... Paraguassú Éleres é o grande guardião das memórias do NTEP, hoje materializadas em seu livro, que este ano completa 10 anos de publicação. Sempre disposto a compartilhar de suas memórias cênicas, ele recebe a quem quiser saber dessas histórias. Por isso, no I Seminário de Memórias Cênicas na Amazônia (60 anos de Morte e Vida Severina no palco), Paraguassú Éleres fará a conferência de abertura do evento. Será um momento de profundos aprendizados, porque Paraguassú é memória viva dessa época. Participou de todos os quatro festivais que o NTEP esteve, atuando nos espetáculos Morte e Vida Severina (1958), Édipo Rei (1959), Pic-nic no Front (1960), e Biedermann e os Incendiários (1962).

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