Há 60 anos, um grupo de teatro amador de Belém do Pará realizava a sua primeira apresentação a nível nacional. Norte Teatro Escola do Pará, fundado em 1957, que segundo a sua diretora artística, Maria Sylvia Nunes, surgira com o interesse de pessoas em ler, estudar poesia. Começaram com pequenos recitais e logo iniciaram apresentações teatrais com cenas curtas de Oscar Wilde, Shakespeare, Ghelderodes. Em 1957, o grupo começou a ler o poema Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto. Maria Sylvia Nunes diz, em entrevista, que todos amavam o texto, que o decoraram todo. No início de 1958, Paschoal Carlos Magno passava por Belém, atrás de grupos e divulgando o festival que se realizaria em julho. Foi então que convidou os paraenses para representarem o Pará no festival.
A partir daí, Benedito Nunes, Angelita Silva, Maria Sylvia Nunes e tantos outros começaram a produzir o espetáculo. Ensaiavam tarde da noite, porque os integrantes trabalhavam e estudavam durante o dia. Foram meses de trabalho para levar o texto de João Cabral à Recife, para o I Festival de Teatro do Estudante do Brasil. Hoje, 23 de julho e 2018, esse feito completa 60 anos. Há exatamente 60 anos, no teatro do Derby, encenava-se pela primeira vez Morte e Vida Severina. Com direção de Maria Sylvia Nunes e atuação de Carlos Miranda, Aita Atmann, Cândido Lemos (Paraguassú Éleres), Wilson Pena, Fernando Pena, Lores Pereira, João Augusto, Maria Brígido. Composição musical (Tema de Severino) feita pelo maestro Waldemar Henrique, especialmente para o espetáculo, tocada por Lindanor Celina. Produção de Benedito Nunes e Angelita Silva.
Por entender que esse momento é de grande importância para o teatro paraense/brasileiro que o I Seminário Nacional de Memórias Cênicas na Amazônia dedica-se a homenagear tal fato.
Comments